quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Alice

"Tudo tem uma moral: é só encontrá-la."
Lewis Carroll



Certo dia, percorrendo o jardim daquele palácio entre uma carta de baralho e outra, encontrei com ele, o gato, ele com suas meias de listras.
Então eu jáo sabia onde estava, será que era imaginação a minha ver ele ali?
Talvez eu devesse maneirar na quantidade absurda de vodca que circulava em minhas veias no lugar no sangue.
Forcei a vista para ver seus detalhes em cores alternadas, ele não tinha rabo... Muito estranho... Um gato sempre tem rabo. Pra onde foi esse rabo?
Tentei me aproximar bem devagar, meus sapatinhos de Dorothy puta como diria meu velho amigo encharcava na grama úmida.
Fui me achegando, esticando um pouco a mão, toquei de leve seu rosto. Não era um gato.
Nunca tinha visto nada parecido... tentei me lembrar das outras tantas historias que povoam minha mente infantil... nada... o ser a minha frente era algo que eu nunca sequer sonhei compreender..
Os grandes olhos me encaravam desconfiado, como se também estivesse me investigando... Ficamos ali, parados feito estatuas... Ate o momento que decidi arrumar os laços do meu sapato... Olhei para os meus pés cobertos por aquela meia, listrada... 
Naquela noite acordei atordoada, fumei um maço de cigarros amassados entornei a velha garrafa de vodca... me deitei nos braços de Morpheu, e fantasiei um novo sonho virulento.




Essa foto roubei de uma moça chamada Clara Silva.


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